O início - por Adriano Siqueira

- O Início -

por Adriano Siqueira

No ano de Nosso Senhor, 1302...

Eu estava amarrado em um calabouço, vivia de ratos e baratas, até o próprio cheiro de medo me alimentava...quando me trancaram aqui, estas paredes já eram seculares...e séculos se passaram até que eles finalmente abriram as portas.

Um bispo e alguns padres com pouca coragem de me encarar aproximaram-se. O velho Bispo, em suas roupas bordadas em ouro, falava as palavras doloridas, lia o livro, me apunhalando com frases proibidas aos meus ouvidos milenares...

Nervoso, eu me abaixei e fixei meu olhar no padre mais novo. Possuindo seu corpo de imediato, agarrei o livro queimando minhas mãos. Seus crucifixos queimaram minha pele como ferro quente e sua água benta me marcava como ácido.

Minha angústia parecia não ter fim, eu levantei os braços, abri minhas asas e gritei:

- Chega! Eu deixarei este mundo... com uma condição!

O Bispo então, com o desprezo dos vencedores, me respondeu...

- Não barganhamos com demônios.

- Mas eu tenho um segredo... um símbolo que pode fazê-lo conhecer toda a obra do mal... Por esse conhecimento, eu peço apenas que me deixe vagar livremente... pelos corredores que se abrirão no futuro...

O Bispo me olhou nos olhos pela primeira vez... e disse no meu ouvido:

- Concordo, me mostre esse simbolo e eu o deixarei livre para percorrer os corredores do futuro.

Então eu desenhei o segredo no chão e parti livre.


Qual o simbolo que desenhei?

Este:

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